quarta-feira, 22 de outubro de 2014

estar sozinho

"quando você pensa em quantas vezes
tudo dá errado
você começa a olhar para as paredes
e permanece lá dentro
porque as ruas são o
mesmo filme antigo
e todos os heróis acabam como
o velho herói do filme:
bunda gorda, cara gorda e o cérebro
de um lagarto.
não é de admirar que
um homem sábio irá
escalar uma montanha de 10.000 pés
e sentar-se lá esperando
e vivendo de baga de arbusto
em vez de apostar em duas covinhas dos joelhos
que certamente não vão durar a vida inteira
e 2 em cada 3 vezes
não sobreviverá por uma noite.
montanhas são difíceis de escalar.
as paredes são suas amigas.
conheça suas paredes.
o que eles nos deram lá fora
é algo que mesmo as crianças
se cansaram.
Permaneça com suas paredes.
elas são o amor mais verdadeiro.
construa onde ninguém constrói.
é o último caminho que resta."
You Get So Alone At Times That It Just Makes Sense, Bukowski

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Santuário

"Sigo
Ocupando o tempo
Vou contemplando sonhos
Refazendo planos
Transpondo obstáculos
Desajeitado
Percorro linhas curvas
Conto cada passo
Não sei aonde vou
Caminho só
Faço
Da incerteza
A certeza de que
É você quem vejo
Entre os espaços
Meus
Despojos guardarão segredos
Que de olhos fechados
Um dia sei que
Hei de contemplar
Canto
O que me encanta
E de braços abertos
Defino cada som
No tom que vida
Vai ditando
O silêncio
É meu
Harmonioso santuário."

( Diogo Monteiro)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014


''Não há tristeza
mais triste
do que a realidade
Nem felicidade
mais feliz
do que ser criança
Não há tristeza
mais feliz
do que a saudade
Nem felicidade
mais triste
do que a vingança.''


(Cássio Jônatas)

Tem gente que eu gosto assim. Longe de mim.

"Gente que é linda,perigosa,
como vulcão em erupção.
Ficar distante admirando,
é minha unica opção.
Nas vezes que fiquei perto

me queimei,
quase odiei.
Mas passou,
E o meu gostar voltou.
Com ajuda 
da distância
se apagou."

quinta-feira, 31 de julho de 2014

"Véia" Poética

"Não era amor era cilada não era empoderamento era cilada não era liberdade de expressão era o quê sim cilada minh'alma"

terça-feira, 22 de julho de 2014

vie infinie

Vida
Vida farta
Por hora vasta
Deveras vida
Idas e vindas
Vida errante
Ardente e esvaída
Bon vivant
Na quietação aquece
Na tormenta sufoca
Desvaneio à renovar
A alma que padece
O amanha,a preçe
Levanta no piscar
A manhã pra deixar
Uma vida a levar
c'est la fin?

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Enquanto a noite vem

"Quando a noite cai e a lua brilha alto
Encobrindo o dia que a tanto se passou
Do céu nascem dois anjos
Como a noite que vela nossos sonhos,
Sonhos que vagam por esse vale sem fim

Nuvens escuras encobrem a lua
E varrem para longe
Aquelas cuja melodia encantam os sonhos
Sussurros de medo e alegria
Se revelam nas canções
E a eterna sinfonia da vida se repete

Dois virgens, aqueles que se embalam
Dois deuses, perfeitos em todo o seu ser
Dois meninos, que como tantos se vê
Dois destinos, duas vidas, dois caminhos
E como a noite eles acabam
Levam consigo sonhos,
Mas com o crepúsculo se renovam."

(Diogo Viana & Andressa Ioshi)

Pobre sonho...

"Ensandecido... nesse mar vogando,
Perdido... nas delícias do teu corpo lindo.
Querido... e desfrutando teu encanto;
Esquecido... pois meu sonho está findo.

Não dobrem sinos... ela está sorrindo
Este coração chora e ama tanto .
Ensandecido... nesse mar vogando,
Perdido... delícias do teu corpo lindo.

Que seja o mar a díluir meu pranto
Chamas e eu digo: - Vê , já estou indo
De teu divino corpo... eu sou manto.
E meu sonho pouco a pouco , sumindo
Ensandecido... nesse mar vogando."

(António Zumaia)

Noturno

"Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Tu só entendes bem o meu tormento

Como um canto longínquo -
Triste e lento e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando entre visões o eterno bem.

E tu entendes o meu mal sem nome
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, e mais ninguém!"

(Antero de Quental)

Conversando com as estrelas

"Diz para mim estrela brilhante
Como faço para suprir a falta
Que me faz sentir completo
E me leva muito mais além

Conta para mim estrela cadente
O que é que digo ao meu coração
Que agora encontra-se doente

Ajude-me nesse sonho bonito
Acabe com esta ausência distante
Traga pra perto meu tesouro infinito

Me escuta estrela dalva
Ouça de quem tanto precisa
Que vem do fundo da alma

Não me deixa só, estrela do céu
Me enlace ao seu véu...
E me leve para além do mar

Vem comigo estrela da luz
Me embala em sua visão
Seu brilho que tanto reluz."

(Angela Bretas)

Intenções

"De ti eu quero a nítida impressão
da brisa soprando
dentro do vento.
Quero o relaxamento
pleno da noite
entregando-se ao amanhecer.
Quero o cristal
das águas puras
rolando montanha abaixo.
Quero o último hausto
do rubro sol
desmaiando no horizonte.
Quero o tilintar na madrugada
dos corpos envoltos
em lençóis e pelos.
Quero a ânsia sedenta
dissipada em toques
saciada em gestos.
Quero o dia acordando
no horizonte corado
desabrochar em ti."

(Otávio Coral e Angela Bretas)

Almas Indecisas

"Almas ansiosas, trêmulas, inquietas,
Fugitivas abelhas delicadas
Das colméias de luz das alvoradas,
Almas de melancólicos poetas.

Que dor fatal e que emoções secretas
vos tornam sempre assim desconsoladas,
Na pungência de todas as espadas,
Na dolência de todos os ascetas?!

Nessa esfera em que andais, sempre indecisa,
Que tormento cruel vos nirvaniza,
Que agonias titânicas são estas?!

Por que não vindes, Almas imprevistas,
Para a missão das límpidas Conquistas
E das augustas, imortais Promessas?!"

(Cruz e Sousa)

terça-feira, 22 de abril de 2014

ANTES DE VOCÊ ABRIR OS OLHOS

"Antes de você abrir os olhos, o mundo se fechou.
Algumas palavras até sumiram, 
Os poemas mais tristes parecem ter evaporado: 
Aquela tela negra, exposta na galeria infinita e inalcançável : o céu.
As estrelas precisaram se apagar e ficaram imóveis, estáticas,
Como se admirassem algo mais brilhante do que elas: você.
As últimas folhas se desprenderam dos galhos das árvores coloridas.
O outono acabou de acabar, nenhuma outra estação quis aflorar. 
Nem a primavera, que combinava com a poesia da sua fala. 
Nem o verão, que aquecia suas mãos. 
Nem o inverno, que congelava cada pronunciado pelos seus lábios.
E os olhos que apareciam no final dos meus sonhos mais confusos, eram seus.
Eles formavam duas luas cheias, circulares: eternidade. 
Eternidade que nasce e morre todos os dias em você. 
Ela precisa da sua doçura, para acontecer para sempre.
Eram duas luas negras: 
Talvez de planetas que nem existem mais, ou que nunca existiram,
E que qualquer poeta criaria, ou recriaria, 
Só para vê-los decorando a imensidão do céu.
Ou condecorando a pequenez do mundo diante dos seus olhos.
E lá de dentro, posso enfim observar a beleza da vida e da morte,
As dores nunca sentidas e as mais dolorosas. 
E ainda assim, ele ri.
Sem dentes, sem lábios, sem motivos. 
Ele ri.
E quando seu riso escapa,
O canto dos seus olhos dobra e forma pequenas rugas,
Pequenos caminhos: atalhos.
Como se seu sorriso quisesse escapar da cadeia das suas pálpebras,
Que preservam encantos que não mostra a ninguém.
É segredo. É mistério. É silêncio.
É seu."

(PEDRO GABRIEL)

Eu nunca acreditei na solidão dos seus olhos, que são dois.

"Eu nunca acreditei na solidão dos seus olhos, que são dois.
Eles não veem a responsabilidade que têm ao carregar você.
E se um chora, o outro, ali do lado, abafa o choro.
E mesmo sem saber falar, encontra palavras de conforto;
E mesmo sem mãos, sem lenço: eles se entendem.
Seus olhos não poderiam pertencer a nenhum outro rosto.
Só você pode fechá-los quando o medo de encarar o amor que se aproxima.
Só você pode abri-los quando esse mesmo medo vai embora,
Dobra uma esquina qualquer e some em algum lugar bem distante do seu campo de visão:
Você não pertence a ninguém.

Eu pertenço ao seu mundo não porque sou seu, 
Mas porque seus olhos me entendem.
Confesso: invejo-os: só eles podem vê-lo dormir sem acordá-lo,
E observar seus sonhos sem sair de dentro do seu mundo: sem sumir de você.
Infelizmente, nunca te tive. Não precisei.
Você sempre conviveu e se manteve tão bem aqui: na minha imaginação.
Sonhado e protegido pelas minhas mãos que não te tocam:
Não porque não querem: porque não podem.
Só eles conseguem vê-lo por inteiro: como um mirante,
Ou talvez um farol que ilumina o mar negro – ora calmo, ora agitado – 
Onde as ondas mais violentas escolhem as praias mais distantes,
Talvez suas mãos, para quebrar sem ninguém perceber.
Tenho certeza que essas ondas são amores que se encolhem 
Por medo de não serem grandes o suficiente para suportar a dor da conquista.
Os amores são sempre frágeis.Os amores serão sempre dóceis. 
E seus olhos imóveis, naquela manhã, 
Moveram o mundo para você despertar todas as outras manhãs no meu mundo,
No meu mundo, no nosso mundo."

(PEDRO GABRIEL)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Que eu nao ando só

Não misturo, não me dobro.
A rainha do mar anda de mãos dadas comigo, 
Me ensina o baile das ondas e canta, canta, canta pra mim.
O veneno do mal não acha passagem.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de Iansã, giro o mundo, viro, reviro.
Voo entre as estrelas, brinco de ser uma. 
Traço o cruzeiro do sul com a tocha da fogueira de João menino.
Rezo com as três Marias, vou além, me recolho no esplendor das nebulosas.
Não ando no breu, nem ando na treva.
Medo não me alcança.
No deserto me acho.
Faço cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo.
Pessoa que eu ando só, atente ao tempo.
Não começa, nem termina, é nunca, é sempre.
É tempo de reparar na balança de nobre cobre que o rei equilibra.
Fulmina o injusto, deixa nua a Justiça.
Eu não provo do teu fel, eu não piso no teu chão,
E pra onde você for, não leva o meu nome não.
Onde vai valente?
Você secou, seus olhos insones secaram.
Não veem brotar a relva que cresce livre e verde longe da tua cegueira.
Seus ouvidos se fecharam à qualquer música, qualquer som.
Nem o bem, nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe.
Você pisa na terra mas não sente, apenas pisa.
Apenas vaga sobre o planeta, e já nem ouve as teclas do teu piano.
Você está tão mirrado que nem o diabo te ambiciona, não tem alma.
Você é o oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
O que é teu já tá guardado.
Não sou eu quem vou lhe dar.
Eu posso engolir você, só pra cuspir depois.
Minha fome é matéria que você não alcança.
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem fim dos versos.
Versos, versos, que brotam do poeta em toda poesia sob a luz da lua,
Que deita na palma da inspiração de Caymmi.
Se choro, quando choro, e minha lágrima cai, é pra regar o capim que alimenta a vida.
Chorando eu refaço as nascentes que você secou.
Se desejo, o meu desejo faz subir marés de sal e sortilégio.
Vivo de cara pra o vento na chuva, e quero me molhar.
O terço de Fátima e o cordão de Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina, que qualquer brisa verga, mas nenhuma espada corta.

Não mexe comigo, que eu não ando só.

(Maria Bethânia)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

"Aprenda a amar com todo o seu coração,
aceitar o lado desagradável dos outros,assim como o seu.
Qualquer um pode amar uma rosa,
mas é preciso ter um grande coração para incluir os espinhos.”
Não tenha medo de energias negativas, não exclua nada.
Integre-as!
As pessoas gostam muito de falar sobre a luz, mas renegam a sombra.
Não há luz sem sombra.

(Ditado Budista)

domingo, 30 de março de 2014

Poema



''Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás''

(Cazuza)

quinta-feira, 27 de março de 2014

Ver


"Eu vejo tudo.
Do maior até o menor.
Quem se sente bem.
E quem se sente só.
Eu vejo tudo.
Do laço até o nó.
Quem tem pena.
E quem tem dó.
Eu vejo tudo.
Do que pensa.
Ao que faz.
E o faz sem recompensa.
Eu vejo tudo.
Mas só ver não adianta.
E julgar igual uma anta.
Tem que fazer parte.
E ver que é uma arte.
Eu faço parte de tudo.
Eu tento entender.
Nós viemos para viver.
E depois morrer."

(Andrews Ribeiro)

Espelhos

“Nós vivemos num mundo de espelhos,
Mas os espelhos roubam nossa imagem...
Então devemos ter cuidado,
Para não se partirem numa infinidade de estilhas
E, com estes brilhantes destroços de vidro,
inventarem um jogo de nós ,
em um mosaico, outrora genuíno.”

(Junior Ribeiro)

Arruda

''Minha arruda brilha
na chuva
na luz do poste
da rua
Nos olhos prevejo
o que vejo
o brilho dos olhos
ensejo
Que num é primavera
senão floria a rua
na floreira amarela da vida
a arruda
Toxina pra desintoxicar
medicina da velha alquimia
a arruda que brilha a via
da vida da minha rua.''

(Herculano Novaes)



quinta-feira, 20 de março de 2014


"Quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes"
(Torquato Neto)

quarta-feira, 5 de março de 2014

Sonho e Realidade

"Do sonho resta a memória
Da realidade também

Quando passa o momento real,
como no sonho fica apenas a lembrança

Sonhar e viver
é a mesma coisa."

(Nida Chalegre)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Utopia

Mesmo que termine o dia,
Que o sol se despeça sem magia.
Havera outra utopia, após dias,
Nao tenhas tanta pressa.
Declame a poesia enquanto pronta.
No âmbito da quimera,paciencia.
Sim,irei ter pressa,
Pressa de uma realidade em potência
Onde provo em palavras,
Pronunciado o que em mim invadia,silenciado.

Mesmo depois que termine o dia,
Desconheço nos lábios o gosto que eu não esqueceria,
Como calar o grito que se ouviria em repetidos ecos,
Fico a esperar esse conjunto de sinfonias,
Ao sair de minha alma,em forma de palavras,
Um dia.

Soneto do Orfeu

''São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto alguem
Alguem que é feito de música,
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeito
Alguem que seja como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento,
Tão cheia de pudor que vive nua.''

(Vinicius de Moraes)

Asas

Parte 1 :
Voamos.
Entao porem caí no bater das asas tuas
Voou ao sul, em ares distantes
Sinto a forte brisa enquanto me espero o chao beijar
O ceu nunca pareceu tao belo daqui 
Enquanto vejo tuas asas te levar
Como um passaro de verão
O por do sol lhe cobre
O ceu a te esperar.

Parte 2 :
Eu caio.
Nao há mais por onde enchergar
O dia já se foi junto ao seu voar
Pois já é noite,escuridão
Estrela lunar será então para iluminar
Hoje, a noite nao teve luar
Ansiando o sol chegar
Eu deixarei que morra em mim sua luz
Entao serei escuridão
A espera do segundo sol
Que queime com pesar.
Serei a ave do meu paraíso...
Ao por do sol
Poderei um dia voar.


Estrelas

Embaralho meus sonhos tantos...
Ao cair das estrelas, pude sentir
Luz ainda radia em mim, porem
Já não sofro, quem me cuida sou eu
Vou embora a cada aurora
Me encontre aqui 
Estarei perdido, reinando em mim
Desocupar lugares,
Nesse céu posso firmar liberdade
No desencanto, me encantei
Caminho escuro,clareei no fechar dos olhos
Firmamento sem luar, brilho em cada canto
Iluminando a moldura do teu rosto em quadro turvo
Encontro-me e já te perco
Desfragmento inútil, tua arte não revela que gosto tem
Inerente, tudo sinto, nada falo
Desperto
Em sangue frio, calo-me no olhar
Disperso
No passar do tempo mora o silêncio
Bateu!
Não a dor da vontade,
Viver o que ainda nao deu.
Não vire para traz,
Siga as luzes.
''De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.''

(Vinicius de Moraes)