domingo, 30 de outubro de 2011

Eu gostaria de estar com você agora.

De poder mandar-te lembranças por telefone. De não contar o tempo, assim como venho fazendo desde a última vez que pude lhe ver e lhe dar meu último abraço. Não sabia que minha rotina e minha cronologia mudariam tanto, que caminhariam tão depressa.  Apesar das dificuldades, não haviam fronteiras quando se tratava de levar-me ao universo. Me faziam acordar às nove da manhã, sem sono nenhum, que me deixavam feliz e animado para mais um dia com você. Agora, acordo às onze, muito mal humorado, e sinto a sua falta. Sei que nada vai suprir essa falta, e sei que todos tem que ir algum dia. Me dói contar o tempo tão severamente, sem ter-te aqui para me levar pelos caminhos mais tortuosos sem cair. Me dói ver que já estou quase no final do ano, e cada dia passou tão lentamente que eu apenas queria chegar ao final do dia e dormir. Mas o que me deixa feliz, todos os dias, é que imagino que você esteja em algum lugar, me dando forças até dar a minha hora de voltar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Acho que no calor a gente se precisa,

...o sol amolece a gente e vai batendo aquela saudade de não sei o que, um desassossego no coração, vontade de ficar junto, de se colar com o suor de nossos corpos. A gente esquece da tristeza e tem preguiça da solidão. Vai dando uma vontade um do outro, de se pertencer. Há quem prefira o frio, mas não sei, só sei que é assim, o calor tem um não sei o que de paixão. Vai falar que não é?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

“Talvez eu queira demais.

Não só de mim, entende? Dos outros também. Espero que descubram, por trás dos meus disfarces, toda a coisa. Porque as nossas angústias usam máscaras […] Espero que entendam o real motivo dos meus silêncios, que decifrem aquele riso meio forçado, que compreendam o que quer dizer a desviada brusca de olhar ou a vontade de sair correndo. Acho que ele tinha razão. Aquele tom de voz cheio de vida avisou que alguma coisa sempre vai me faltar, por mais que eu vença e ganhe troféus. Sou cheio de faltas, com a alma criança (disseram que tenho olhos de criança para ver o mundo, uma alma nova, pois parece que sempre vejo tudo pela primeira vez, com aquele ar de conhecimento). Melancolicamente bonito, isso sim. Talvez a minha vida seja para ser cheia de reticências. Ainda bem, assim ela pode ser completada do jeito que eu bem entender.

To cansado de me doer.

Toda hora dói por algum motivo. Mas essas dores vão passar, vou tomar os remédios direitinhos, você vai ver, logo estarei bem. E todas as feridas vão ter se fechado. E todas as dores vão ter passado. E todos os roxos terão sumido. E tudo será como antes. Estarei sem nenhum hematoma, pronto para me erguer mais uma vez, tentar e cair de novo. Até o dia que eu aprender e nunca mais cair, ou pelo menos se cair, vou ter alguém ali, pronto pra me dar a mão. Pronto pra voltar a falar de amor.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quero escrever algo,

...mas por todo lado de meu corpo, onde há vontade, tem o seu nome. Todo futuro que planejo, onde há felicidade, há você ao meu lado. Você não me conhece muito, faz poucos meses que nos conhecemos, mas antes mesmo de o primeiro “oi”, do primeiro sorriso, sismava em te admirar, de te elogiar pra mim mesmo. Você um adjetivo muito doce e leve para meus olhos, mas tamanha leveza pesa em meus sonhos, esvazia a tinta de minha caneta, que por falta de emoção não pode mais me guiar


domingo, 9 de outubro de 2011

Hoje perguntei-me

...em silêncio mortífero, se sua alma ainda entrelaçava os dedos com a minha, se no futuro, - mesmo que num futuro há anos luz deste aqui, tão plausível-, iremos nos encontrar e rir de todas nossas idiotices que pareciam tão certas. Perguntei-me se teus sorrisos ainda me acalentariam durante a procura terna por um lugar seguro, pelo alento que me cercaria entre as chuvas, trovões e ventos. Não obtive resposta. E perguntei-me, em silêncio cálido, se em algum dia desses a gente se tromba.

e de repente

...me bate uma canseira da vida. As pessoas me cansam; os clichês me cansam; falar me cansa. De repente, as coisas começam a fazer pouco sentido. De repente, tudo vira bagunça; minha vida vira bagunça. Tudo começa a me fazer mal. E aí me canso, fico cansando de estar cansado.
´´Tá gente acabou o esconde-esconde, quem gosta de mim pode ir aparecendo.´´
— Caio Augusto Leite

sábado, 8 de outubro de 2011

Me diga que está triste,

... eu consolo. Me diga que nunca fui feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra puta-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. 
Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanta noite perdida.
Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros.
A verdade é que não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás.
Mas te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão.
É melhor estar triste, mais ou menos feliz é a pior coisa que existe.    

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A gente cansa...

… De viver correndo atrás, de ficar se fazendo de “gato-e-sapato”. Cansa viver sendo rejeitado. Realmente cansa. Você faz de tudo para que possa ser diferente. Você age por si próprio. Age sozinho. E quando vê, já perdeu o que lhe era de mais importante. Começar é fácil,manter é o difícil. Como é difícil manter o fácil. 
Não sei porque ainda me abro para novas experiências, não sei porque ainda perco tempo vagando em pensamentos todas as noites antes de dormir. Sonhando acordado, vivendo de expectativas que talvez nem se quer fossem tiradas do papel. Nem se quer virariam realidade. 
Como é variada essa minha mente.
É tão desconfortável precisar de alguém que não lhe retribua com o mesmo.
É inseguro viver fazendo planos para algo que você sabe que pode não durar, mas ainda assim vive insistindo.
Eu devia me fechar, não estar mais disponível. 
Não me abrir mais para novas oportunidades, de qualquer tipo que seja. Pouparia sofrimentos, lágrimas (ainda que nao consiga mais derrama-las) e o meu tempo.