quarta-feira, 7 de maio de 2014

Noturno

"Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Tu só entendes bem o meu tormento

Como um canto longínquo -
Triste e lento e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando entre visões o eterno bem.

E tu entendes o meu mal sem nome
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, e mais ninguém!"

(Antero de Quental)

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