quinta-feira, 29 de setembro de 2011

caio fernando,te dedico por quase descrever uma das minhas passagens

“Lá está ele, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ele não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ele dispensa. Acredito que essa rapaz, no fundo gosta dessas coisas.Ele não desiste e leva bóias. E se ele se afogar, se recupera. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? O rapaz…ele muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ele? Por quem ele espera? O rapaz – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.  E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda 
Caio Fernando Abreu

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